quinta-feira, maio 25, 2006

Nando, durma com uma bronca dessas

De terça pra quarta foi mais uma longa noite de insônia, então tive tempo de ver muita coisa "interessante" na TV durante a madrugada. Dentre elas, teve a entrevista de Nando Reis no Programa do Jô, que durou dois blocos. Que o cara é meio maluco eu já tava cansado de saber, mas ontem essa imagem dele piorou na minha concepção. Primeiro ele disse que toca violão melhor do que toca baixo, só que as músicas que ele tocou lá no programa foram do mesmo jeito (xengo-lengo-xengo-lengo-xengo...). Eu toco igualzinho aqui em casa, o que me levou a pensar quem realmente gravou os baixos nos discos dos Titãs. A outra foi que ele disse que desde pequeno odiava matemática, mas fez vestibular pra matemática. Aí no primeiro período levou pau nas 3 cadeiras que envolvia cálculo, fez de novo no período seguinte e levou pau de novo, e aí desistiu da faculdade. Final previsível, né? Pra finalizar, ele disse que esse último disco dele, chamado Sim e Não (o sexto dele em carreira solo), foi o primeiro que ele fez totalmente sóbrio. Em todos os outros ele precisou do whisky pra compor e sempre tomava umas antes de subir no palco. Aí viu que isso tava fazendo mal pra ele e resolveu abandonar a bebida, fez as composições do disco completamente sóbrio, que tinha sido uma experiência nova pra ele e que ele achava esse o seu melhor disco. Pelas duas músicas que ele tocou lá acompanhado da banda dele, eu vou dar um conselho ao Nando: uma vez por ano, toma uma cachaça histórica e compõe umas 15 músicas de uma vez só que não vai te fazer mal não. Os shows é até melhor que se faça sóbrio, mas as composições ficaram horríveis. Acho que ele aveadou também. Pra exemplificar o que estou dizendo, segue a letra de uma das músicas do disco novo.

MONÓICO
Nando Reis

Aparte aquilo que a gente quer
Eu sou um homem, você é uma mulher
Se estou com fome você me traz uma colher
E eu me alimento

Mas na verdade isso tanto faz
Sou só metade se você é meu par
Eu só queria com você me casar
E você me completa

Eu sou um antúrio, você é um ibísco
Eu quero tudo e sempre tudo coloco em risco
E num mergulho eu acho que sou seu marido
E eu me afogo

Sinto seu dedo mas não vejo a sua mão (ONDE SERÁ QUE ESTÁ ESSA MÃO?)
Não sinto medo quando estou deitado olhando pro chão
E o meu relevo ofereço pra sua visão
E você me afaga

Quero que sua lingua lamba o meu corpo nú
E que o meu sexo te dê todo o céu azul
Nas suas pernas se encrava o tesouro do meu baú
E eu te abuso

Me dê seu leite como meu licor
Me dê seus peitos cheios de amor
Me dê um beijo sem nenhum pudor
E você me penetra

Raspe meu sal como um animal
Use sua boca me faça seu fio dental
Solte meu cinto, sou seu guia e farol
E eu te ilumino

Diga seu nome que eu revelo minha identidade
Mate minha fome que eu farei tuas vontades
Uma esfinge cercada por três piramides
E Você me enterra

Sou sua sombra, seu espelho, sua ilusão
Você é meu leito, minha onda, minha missão
Não temos tempo precisamos de solução
E quem é que espera?

Temos dois lados, pois temos frente e verso
Me queira inteiro assim te imploro e peço
Sou mais que o avesso sou seu fogo seu forro seu ferro
E eu te engulo

Eu sou um homem você é uma mulher
Você me come porque eu quero ser sua mulher
E eu quero o homem que come essa mulher
Será que você me entende?

E finalmente restaremos só osso e pó
Sejamos homens, mulheres, qualquer um de nós
E fatalmente terminaremos sós
Mas você: a quem pertence?

Você pertence à você
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