terça-feira, março 21, 2006

C'est la vie!!

Poucas, pouquíssimas certezas sobrevivem a uma interrogação insistente e bem empregada. Cada dia me convenço mais que a única certeza à prova de questionamentos é a de que estamos nesse mundo de passagem, até que chegue o nosso dia. Ninguém tem culpa por amar, da mesma forma que a culpa por deixar de amar é de ninguém. Tampouco tem culpa quem deixou de ser amado ou quem não amou o suficiente. Feliz de quem consegue enxergar isso, pois serão menos perguntas a se fazer. O amor tá longe de ser uma ciência exata, como a matemática ou a física. E também tá longe de ser um sentimento que só possa ser vivido apenas uma única vez na vida. O amor não tem fronteiras, não tem barreiras, tudo pode, tudo é, porém não é um sentimento obrigatoriamente infinito. E não se diga que o fato de ter acabado o descaracteriza como amor. O amor não deixou de ter sido amor só porque sobreveio o desamor. Todavia, desamor não se confunde com ódio ou indiferença. O "desamante" pode continuar a sentir carinho e ter respeito pelo "desamado", um fez parte da vida do outro, se dividiram e ao mesmo tempo foram um só. E assumir esse desamor é uma prova de respeito para com o "desamado". Além da sinceridade para consigo mesmo e para com o outro (isso remete a outra postagem mais abaixo). Como eu disse, ninguém tem culpa. Não deve existir mágoa ou rancor. A vida segue e novas interrogações surgirão pra derrubar outras certezas incertas. Claro que tudo isso é no campo filosófico, pois desamor, também como o amor, não é uma ciência exata. Dito tudo isso, e até que uma interrogação me faça mudar de idéia, vou sugerir ao Vaticano que a frase "até que a morte vos separe" seja substituída por "que seja eterno enquanto dure". É muito mais justo.
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