domingo, agosto 13, 2006

Saudade eterna


Hoje é um dia especial. Além do Dia dos Pais, também é aniversário de nascimento do meu avô paterno. Ele estaria fazendo hoje 90 anos. Faz três anos que ele nos deixou e a saudade é enorme. Sinto falta dele gritando por "Maria Chibuda" lá de cima, ou tirando onda de todo mundo tirar onda do meu irmão. Era um excelente cardiologista, um pioneiro pras bandas de cá, e por ironia do destino, numa dessas peças que a vida nos prega, foi justamente o coração que o tirou de nosso convívio. Apesar de médico, era letrado em qualquer assunto - desde política, passando por direito, religião, atualidades - só não falava de futebol. Aliás, até falava, mas só pra tirar onda com meus primos que ele dizia que viam até campeonato japonês. Era apaixonado por pássaros e cachorros. Também era muito religioso, muito mesmo. E a não ser pela casa que ele mesmo construiu e uma enorme quantidade de canetas que ele tinha, não lembro de ter visto ele ter apego à outras coisas materiais. Várias vezes ele me chamava: "Oh Lu! Ca-ca-ca-calce esse sapato aí, veja se fica bom em você. Se ficar, pode levar, viu?", ou então "Ve-ve-ve-veja esse relógio aqui. Bonito? Tome, é seu", "Vi-vi-vista essa camisa. Gostou? Po-po-pode levar". Um homem da porra! Se eu chegar a ser 70% do que ele foi, serei o cara mais feliz do mundo. E mesmo depois que ele se foi, não deixou ninguém desamparado. Lá de cima, onde ele está, tenho certeza que ele continua olhando por nós e de certa forma nos conduzindo pelo caminho certo. Muitas vezes, nos momentos em que precisava, senti a presença dele e isso de certa forma me confotava. E não foram poucas vezes. Parabéns três vezes pra você hoje, vô. Te amo.

O Velho e o Moço
Los Hermanos

Deixo tudo assim
Não me importo em ver a idade em mim
Ouço o que convém
Eu gosto é do gasto

Sei do incomodo
E ela tem razão quando vem dizer
Que eu preciso sim
De todo o cuidado

E se eu fosse o primeiro a voltar pra mudar o que eu fiz
Quem então agora eu seria?

Ah, tanto faz
E o que não foi não é
Eu sei que ainda vou voltar
Mas eu quem será?

Deixo tudo assim
Não me acanho em ver vaidade em mim
Digo o que condiz
Eu gosto é do estrago

Sei do escandalo e eles têm razão
Quando vêm dizer que eu nao sei medir
Nem tempo e nem medo

E se eu for o primeiro a prever e poder desistir
Do que for da errado?

Ah, ora se nao sou eu
Quem mais vai decidir o que é bom pra mim?
Dispenso a previsão

Ah, se o que eu sou é tambem o que eu escolhi ser
Aceito a condição

Vou levando assim
Que o acaso é amigo
Do meu coração
Quando falo comigo
Quando eu sei ouvir

P.S. - Hoje também é aniversário de Tia Nanã e da minha prima Mirella. Parabéns também pras duas.
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